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Criando seu personagem

  • Foto do escritor: Adim:Ruby White
    Adim:Ruby White
  • 18 de jul. de 2017
  • 8 min de leitura

Olá, pessoinhas. Como vai a vida? Triste, feliz, fundo do poço? Se sim, desde que possa escrever, está tudo bem. Todos nossos momentos são um aprendizado, independente se foi ruim ou não. Sempre podemos aprender algo de um momento feliz e uma lição de um triste. E assim como você aprendeu algo nessa situação, poderá usa-la para ensinar a outras pessoas. E é isso que cativa leitores. Aquilo que os façam sentir, serem representados, compreendidos ou refletirem sobre si mesmos e a quem os cercam.


Estamos aqui para aprender e ensinar. E, hoje, teremos dicas úteis de como criar um personagem. Isso não é um manual e muito menos regras que todos os escritores devam seguir, e sim dicas, que se sentirem à vontade, podem usa-las conforme acharem melhor.


Fichas


As fichas são uma das melhores coisas que já criaram. Elas podem ser usadas para lugares, cenas, enredo... Tudo. Os personagens são basicamente um dos principais elementos em uma história narrativa. É por causa deles que a maioria das coisas acontecem, há movimento, evolução na história. E são eles em que está o foco do leitores. Personagens bem construídos são cativantes e interessantes. E para um personagem ser bem construído ele precisa ter profundidade; ser explorado tanto no psicológico quanto no emocional e mental. E por isso é fundamental que dê um pouco mais de atenção aos seus personagens, pois quem irá dar vida a eles é você.


Com as fichas podemos fazer perguntas que faríamos a alguem que estivéssemos conhecendo ou como uma entrevista. Também poderíamos colocar sua aparência física, suas ambições, defeitos, arrependimentos, traumas, gostos, amizades... Por aí vai. Tendo base de quem "ele" é, você saberá como transpor isso para o papel, se apegando a ficha será fácil identificar o que ele faria ou não. Além que isso diminuiria a quantidade de furos que teria na história e com apenas algumas informações já teríamos um perfil pronto para ser usado.


Modelos de Fichas: Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3

Passado

Essa é uma das dicas, a qual eu não percebia sua importância até pouco tempo. Pois é o passado que forma o presente, e é através dele que sempre surgem problemas, imprevistos... Enfim, um conteúdo rico tanto para os personagens quanto para a história em si.

Todos nós já estamos cansados de saber que uma história é feita de começo, meio e fim. E isso também serve para quase tudo. Como seria um personagem sem Início? Sem um começo? Sua personalidade se tornaria meio vaga, sem um foco principal, superficial. Mesmo aquele que não possua memória, teria uma história a ser contada. Um fluxo de acontecimentos que acarretou essa situação.


Vamos tomar um exemplo:


E se seu personagem fosse alguém, vamos chamá-lo de Bolota, que tivesse perdido a sua memória em um acidente de avião ao qual houve um deslisamento de terra e grande parte da pista de decolagem estivesse interditada e a central subterrada, incomunicável. Além do piloto do avião ter sido envenenado minutos antes da decolagem? Um veneno de efeito tardio e mortal. E como um dos poucos sobreviventes, Bolota tivesse sofrido de amnésia temporária? E não se lembrasse do motivo de ter viajado? Era importante? Assim como as três fotos de três mulheres em seu bolso?


Entende? Em casos como esse normalmente há uma busca pelo o que já aconteceu. A urgência das memórias evidência em como o passado é importante. Esse é um modo de como usar o passado para criar eventos novos, usando suas memórias e das pessoas que ele conhecia.


Saiba que mesmo que o passado de um personagem não seja mencionado no mínimos detalhes, assim como na vida real carregamos o peso de todas nossas decisões e lembranças até em pequenas atitudes, mesmo que não nos lembremos do momento ainda teremos manias de um trauma passado ou a felicidade de uma boa lembrança esquecida. Algumas coisas não precisam ser ditas para serem compreendidas.

Função do personagem

Antes de tudo você precisa saber qual a função desse personagem. Não importa se é o protagonista ou um figurante, não há razão para incluir alguém que não tem qualquer motivo para estar ali; um conhecimento a ser ensinado. Não dê a vida se pretende deixá-lo morto.


Tudo acontece por uma razão seja na vida real ou nas ficções. Isso é fato. Por exemplo, se Bolota conhecesse um enfermeiro que o ajudasse de uma tentativa de assassinato, ainda no hospital, e nunca mais fosse visto, qual o motivo dele ter parecido então? Sua aparição pode ter sido breve ou não, mas houve um motivo para estar ali: Ajudar Bolota a sobreviver. Ele com certeza tem um história, um porquê de ter ajudado um desconhecido, mas isso não precisa ser mencionado se ele já cumpriu seu papel, a não ser que o autor decida contar, desde que não atrapalhe a trama central não há problema algum, se quiser pode até interligar as histórias.

Identidade

Ter em mente o que seu personagem pensa de si mesmo é conveniente para um psicológico, emocional e mental bem trabalhados. Como poderia entendê-lo se não sabe nem ao menos sua concepção de si diante de um espelho? A maioria das nossas opiniões sobre o mundo vem da imagem que temos de nós mesmos. Seja ela um ponto de vista negativo, positivo ou neutro. Julgamos no outro aquilo que mais odiamos dentro de nós. Então é um bom questionamento antes de criar qualquer personagem.

Complexidade

É a complexidade de uma história que a torna atrativa; e os personagens que fazem uma história. Nenhum ser humano passa sua vida inteira sem ter tido nenhuma complicação. Problemas alheios nos fazem ter uma perspectiva que não somos os únicos que são "injustiçados", nos fazem nos sentirmos representados e nos fazem sermos mais empáticos, de alguma forma.


Somos facilmente atiçados pela a experiência alheia, aliás estamos aqui para para aprender, e as reações o modo como algum personagem lida com aquela situação acaba prendendo nossa atenção, e nos questionamos se faríamos o mesmo em seu lugar ou se mudaríamos alguma pensamento ou atitude. A primeira coisa que deve ser conquistada antes mesmo de lerem seu livro é a curiosidade. Independente se é uma frase ou uma capa enigmática. Uma dica bastante eficaz para que se interessem pela sua história (através da sinopse ou mantendo seu leitor lendo seu livro) é deixá-los curiosos por algum aspecto da vida de seu personagem. Um problema financeiro; uma mudança repentina e trágica de seu protagonista.


E tanto o caráter e a personalidade do personagem contribui para isso. Somos instigados ao diferente, nos alimentamos de conhecimento, independente da forma que ele se apresente.


Vulnerabilidade


Uma coisa que nunca deve ser esquecida é que todos possuem uma fraqueza. Seja ela física, psicológica ou financeira. Um protagonista que não possuí dificuldades é chato. Para que eu leria um livro onde o personagem consegue tudo facilmente? Isso não é animador e muito menos eficaz. Mostrando o lado vulnerável do personagem nos faz torcer para que supere; que se erga perante todas suas dificuldades ou pelo menos tome uma atitude. E é relevante que exponha suas qualidades na mesma proporção que seus defeitos.


Apresentar os erros do seu "filho" é essencial para que ele evolua e ajudará a trazer toda sua vulnerabilidade; injustiças, arrependimentos, desejos incapazes de serem realizados, insegurança.


Consequências


Toda ação possuí uma reação, e ela é normalmente a consequência de seu ato. Se alguém assassina o outro, esse alguém teria que lidar que agora é um criminoso e para não ser descoberto teria que esconder o corpo e se livrar de todas as evidências de seu crime ou se decidir se entregar teria que sofrer as consequências de um homicídio perante a lei. De alguma forma ou de outra essa pessoa teria que lidar com essa situação fugindo ou enfrentando seus problemas.


Se Bolota decidir recuperar suas lembranças perdidas, descobrir o motivo de ter viajado e quem tentou matá-lo, ele teria que tomar uma atitude. Ficar esperando a resposta cair do céu como se fosse chuva não funcionaria. E o que aconteceria se decidisse deixar as coisas como estão? As coisas voltariam ao normal, se ajeitariam? Acho que não, Bolota. O enredo teria que continuar avançando com ou sem ele, ou não teria enredo. E Bolota morreria, já que o assassino não iria desistir nas primeiras tentativas.


Simplificando, a intervenção de acontecimentos e outros personagens seria necessária no caso de um personagem importante decidir desistir ou parar de reagir mesmo estando encurralado.


Se você não anda com as próprias pernas você é empurrado.


Shipps


É, claro, que não deixaríamos os shipps de lado ( R.W: tinha quase me esquecido). Uma das formas de fazer sua história ter público é apresentado romance nela. As pessoas gostam de sentirem um amor que consideram mágico; inalcançável. Gostam de formar casais que ás vezes nem existam na obra, e a maioria faz isso. Porém, você não é obrigado a usar esse artificio meramente por quantidade. Boas obras não precisam de romance para que sejam realmente boas.


Contudo, se você já gosta de lascar romance em tudo que escreve, provavelmente gosta de shippar ou/e de sonhar além das alturas. Não é errado. E incrementar fan-services (cenas que não acrescentam nada relevante na trama -talvez aprofundamento de laços entre os personagens-, mas deixam os leitores animados) é um dos melhores jeitos de prender a atenção de quem está lendo ou pelo menos dar uma palpitação em seu coração com uma cena clichê bem trabalhada.


Mesmo que sua trama não tenha romance o uso do fan-service não é exclusivamente ruim, mesmo que seja mais usado com conotação romantizada ou sexual. ele pode ser usado de forma bem mais leve. Como uma referência de uma série que goste, uma cena em que os personagens dancem uma coreografia de um grupo que respeita, isso também é fan-service.


Aproveitando que estamos falando de relacionamentos entre os personagens, é eminente que o laço criado entre eles, evolua. Assim como é necessário que os personagens cresçam emocionalmente e psicologicamente, os relacionamentos deles deve ser aprofundado ou tragicamente cortado.

Capítulos extras

Para facilitar a sua interação com seus personagens, um capítulo extra viria a calhar, além de te ajudar com qualquer tipo de bloqueio que esteja te impedindo de escrever. ainda poderá ser divertido e descontraído, sem qualquer tipo de pressão. Sabendo como seus "filhos" reagiriam em determinadas situações sem ligação nenhuma com a obra original, você não teria mais tanta complicações em escrever sobre eles. Saberia mais deles do que qualquer outra pessoa (o que é o esperado).


Personagens baseados em pessoas reais


Basear seus personagens em pessoas que já conhece é uma maneira muito prática de criá-los, principalmente se forem pessoas que você conhece muito bem. Você até pode fazê-lo inconscientemente (como eu) ou ter total consciência do que está fazendo que isso não te trará nenhuma penalidade.


Por possuir características as quais já está acostumado, a narrativa lhe saira bem mais fácil.



Um bom vilão

Uma boa história não é realmente boa ate ter um vilão. O grande obstáculo do protagonista: O vilão. Não é obrigatório que seja uma pessoa, ele pode ser uma causa natural como o desmatamento ou a caça a animais em risco de extinção ou realmente uma pessoa muito má ou que apenas é do contra e quer ferra a vida do mocinho.


Essa pessoa pode ser apenas um rival ou antagonista, mas possui o mesmo objetivo de ser superado ou pelo menos ser uma meta a ser alcançada pelo principal.


O confrontamento dos dois sempre envolve uma clímax que é preparado durante toda a trajetória, do início ao fim. Então, uma das primeiras coisas a se fazer depois do que será tratado em seu livro é o objetivo de seu protagonista e o seu "vilão".


Há muita coisa para se falar dos "vilões", mas presumo que o post já está grande o suficiente e farei um exclusivo desse tema na próxima segunda de Escrita.

"Desistir antes mesmo de nunca ter tentado é o mesmo que ter fracassado."

R.W.
















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