Resenha: Amante Sombrio (1# Irmandade da Adaga Negra)
TÍTULO: Amante Sombrio AUTOR (A): J. R. Ward GÊNERO: Ficção EDITORA: Universo dos Livros Editora
SINOPSE: Em Caldwell – Nova Iorque, sem que o restante da humanidade saiba, desenrola-se uma sórdida e cruel guerra, entre vampiros e seus caçadores. Interagindo em favor dos vampiros existe uma Irmandade secreta, formada pelos seis vampiros mais fortes e poderosos, defensores de sua raça. E nenhum deles deseja a aniquilação de seus inimigos mais que Wrath, o líder da Irmandade da Adaga Negra. Wrath é o vampiro de raça mais pura e ao perder um de seus mais fiéis guerreiros, que deixou órfã uma jovem mestiça (filha de pai vampiro e mãe humana) ignorante de sua herança e destino, não terá outra saída senão cuidar da bela garota e leva-la para o mundo dos não mortos. Ela, Beth Randall, vê-se impotente em tentar resistir aos avanços desse desconhecido, incrivelmente atraente e sensual, que a visita durante a noite, envolto em sombras. As histórias dele sobre a Irmandade e o mundo dos vampiros a aterrorizam e fascinam. Seu simples toque faísca, um fogo que pode acabar consumindo a ambos.
Amante Sombrio foi um livro que demorei bastante para ler, claro, não por ser ruim, bem longe disso. Apenas estava apreciando aos poucos e procrastinando também. Já fiz uma postagem sobre o livro há alguns meses atrás sobre o que estava achando de ele (Amante Sombrio), se você interessar em ler. Lembrando que o conteúdo é para maiores de dezoito anos.
O livro tem uma leitura bem razoável, é direta e sem muitos rodeios, mas consegue nos prender na história ao nos fazer imaginar o que poderia acontecer a partir dali.
A Irmandade da Adaga é tão inusitada quanto seus guerreiros. Eles são tão distintos um do outro e ao mesmo tempo semelhantes, como se parte da personalidade fosse feita de puro instinto e autocontrole, como se além da lealdade entre eles, a natureza animalesca tão seja tão parte deles quanto.
Os motivos que os levaram ali fica tão misterioso quanto as informações que nos são dada quanto a comunidade de vampiros. Quando descobrimos um pouco mais sobre eles, percebemos que sabemos tão pouco de um universo tão vasto. E considero que isso seja proposital por parte da autora. São deixados muitos pontos abertos, mesmo assim a história do livro termina sem furos na história.
Não gosto dessa separação tão nítida entre "fêmea" e "macho" na narrativa. Foi a mesma coisa com a Filha do Sangue, contudo parece ser mais um aspecto sexual do que realmente social. As personagens femininas são determinadas e fortes, o que incomoda é o fato dos homens serem tão super protetores e possessivos, como se para eles, elas fossem tão frágeis que precisassem de sua proteção 24 horas.
Essa divisão chega a ser primitiva, e não sei se isso é uma forma de confrontar a nossa realidade se beneficiando disso ou apenas um fetiche. Sinceramente, parece beirar essa linha tênue entre eles.
O relacionamento de Beth e Wrath é evoluído tão rapidamente que é quase absurdo. O engraçado é que parece tão coerente no livro que isso me surpreende. É uma atração tão forte um pelo outro que nenhuma força inimiga é capaz de separá-los. Muito semelhante a Clary e o Jace de Instrumentos Mortais, e mesmo amando a série, esse romance "a primeira vista" ficou muito superficial e sem muito embasamento, pelo menos, em A Irmandade da Adaga Negra, o fato de ser uma "fêmea" e um "macho" acaba por se tornar um ponto importante e relevante para o enredo. É como se fosse algo muito além deles que os puxassem um para o outro seja romanticamente ou sexualmente, também. É irritantemente bem planejado.
Os outros personagens, principalmente o Butch que é o único humano entre eles, foi algo meio inesperado. Jurava que ele seria o tipo que só atrapalha, mas o que fez foi o contrário, ajudando os protagonistas e ganhando seu lugarzinho na Irmandade.
Os outros membros tive uma visão meio conturbada de quem eram. Pareciam brutamontes belos demais que não agregavam muito ou se aprofundavam em suas características únicas. Contudo, do meio para o final, nos é mostrado o quanto cada um possui um diferencial. Acabando por atiçarem meu interesse em quem eles eram realmente.
A respeito das duas figuras de mais alto poder, como YingYang, está Ômega que almeja a destruição dos vampiros por ressentimento a Virgem Escriba e responsável pela existência dos Redutores, e do outro lado, está a Virgem Escriba, criadora dos vampiros. Gostei dessa visão masculina destruidora e feminina, criadora. Nesse aspecto, é basicamente a essência tanto do bem e do mal em representações, e por isso não achei tão revoltante quanto a definição do "macho" guerreiro protetor e a "fêmea" que entra no Cio e deve ser sempre protegida por um "macho". Isso, realmente incomoda.
Os inimigos naturais dos vampiros: Os redutores. O livro é narrado em terceira pessoa, mas flui muito bem para um ponto de vista mais pessoal. Há alguns mais voltados para o Sr. X e embora não goste nenhum pouquinho de eles, são capítulos que transcorrem sem se tornarem chatos.
E comentando sobre a vasta criatividade de J.R. Ward, ela trabalha muito bem cenas inusitadas e sem muito decoro com romance misturado com sexo. Em momentos que não esperava que nada acontecesse, acontece com uma maestria assombrosa.
A trama não possui muitos contratempos comparado a quantidade de problemas que eles teriam em estarem meramente juntos. Muitas coisas poderiam dar errado, porém, magicamente eles saem ilesos. Faltou um pouco mais de impacto antes do clímax dos últimos capítulos, e faltou ação no decorrer da obra.
Já estou quase no meio do segundo livro, e é muito nítido a diferença dos protagonistas. Para quem não sabe, cada livro da série possui protagonistas diferentes, contando histórias diferentes, mas sem atrapalhar o fluxo temporal.
Espero que tenham gostado da resenha. Tenham um ótimo final de semana.
Abraços.
"Bem-vindo ao maravilhoso mundo do ciúme — ele pensou. — Pelo preço de sua entrada, você ganha uma maldita dor de cabeça, um desejo quase irresistível de cometer um homicídio, e um complexo de inferioridade.
Viva!" - Wrath.