Por que se expressar pela escrita?
Independente se você já imaginou uma carreira de escritor ou de um compositor apaixonado, o que nos faz realmente escrever aquilo que sentimos e o que apenas imaginamos?
Para mim escrever sempre foi uma válvula de escape. Uma saída de emergência em meio a um mundo caótico e opressivo. A realidade nem sempre é o que queremos, e muitas vezes nos sentimos presos a ela sem sermos capazes de nos mover e de revidar.
Uma engrenagem defeituosa em meio a muitas outras operando sem parar. Seja estudar pelo o resto da vida, sem saber o verdadeiro motivo. Muitos estudam e nem chegam perto de seus sonhos, se um dia já puderam ter algum.
Outros trabalham todos os dias. Na mesma rotina interminável, porque é o que se espera da fase adulta. Trabalho. Um trabalho que nunca acaba. Principalmente agora que a aposentadoria é quase um sonho inalcançável.
Invés de perguntar o por quê muitos adoecem e enfraquecem mentalmente e emocionalmente, não deveríamos perguntar porque sobrevivemos todos os dias sem poder realmente viver? Sonhar?
Alguns conseguem nadar contra a correnteza. Traçando planos mirabolantes para um futuro utópico, outros só escrevem. Para si mesmos em um diário, em histórias narradas ou se jogam entre as estrofes de uma poesia.
Aí, aí, sim. Podemos nos soltar. Longe dos nossos pesadelos e alcançamos o máximo que conseguimos voar sem que as correntes nos puxem de volta. Dizemos o que não pode ser dito; os mistérios que não entendemos sobre nós mesmos; as palavras que só podem ser sentidas quando são escritas.
A doce liberdade de um sonhador recluso.
Caminhamos os mesmos passos de nossos pais, e nem percebemos isso. Estamos vivendo nas sombras dos que já fizeram histórias. Pelo menos, em um papel com a caneta na mão, podemos alcançar os Céus.
Não é preciso ser perito em gramática e gêneros literários para escrever. É necessário apenas querer e ser. Ao darmos vida a algo que escrevemos é mesmo que dar a luz a um filho. Se o agridem, se o criticam, somos atingidos como se fossemos o alvo.
Tememos ser quem somos todos os dias por uma razão. Então quando nos expomos é terrível que alguém veja e nos aponte o dedo. Ainda bem que mesmo que haja tanta pessoas que preferem destruir invés de compreender, tem aqueles, que assim como nós, pensa além. Nos aceita e respeita.
O básico de um bom relacionamento. E convívio em sociedade, aliás.
Quando escrevo são tantas frustrações que me aparecem, mas é a única coisa que não desisto facilmente. Eu espero a turbulência passar, mas o pensamento de largar tudo é pior do que a chance de fracassar. Escrever para si mesmo é uma dádiva, porém mostrar isso para os outros é liberdade. Seja ela ruim ou boa, ainda é a doce sensação de poder escolher.
Ler e re-reler o que escrevemos... isso nos amadurece. Porque o que estava entalado em nossa garganta finalmente é posto para fora. E o que impedia de respiramos não esta ali mais. Escrever é uma maneira para exercer nossa própria autorreflexão. Não somos ruins em tudo como também somos bons em algo. Às vezes é necessitário paciência, outros atitude.
Para mim é escrever que me faz feliz. Para outros talvez seja a música, a pintura, a dança... Não importa o que seja que faça sua alma brilhar desde faça com amor.
Acho que seja o sentido mais claro de paixão. O fogo dentro de nós que reflete em algo, o que já possuímos, fica claro por quem devemos ser apaixonados todos os momentos que respiramos.
E você, por que "escreve"?
"Às vezes o amor que procuramos não esteja em outra pessoa, talvez devêssemos, primeiro, semeá-las em nós mesmos."
R.W.
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